Um alarmante novo estudo piloto conduzido pela NCAA destacou a questão generalizada do assédio nas redes sociais direcionado a atletas, treinadores e árbitros durante eventos de campeonato. A pesquisa inovadora revelou que quase 20% das postagens identificadas como abusivas por um algoritmo baseado em IA continham assédio sexual, com mais 12% ligados a práticas de apostas esportivas.
Sediados em Columbia, S.C., os achados da NCAA, divulgados na quinta-feira, se basearam em uma extensa análise de mais de 72.000 mensagens sinalizadas por esse algoritmo avançado. Entre essas, mais de 5.000 postagens foram confirmadas como apresentando conteúdo abusivo, discriminatório ou ameaçador, levando a relatórios feitos a várias plataformas de redes sociais.
O estudo, que abrangeu o ano acadêmico de 2023-2024, focou nas interações online relacionadas a competições de nível de campeonato em seis esportes: beisebol, basquetebol, ginástica, futebol, softbol e vôlei. Dos conteúdos abusivos analisados, um impressionante 80% tinha como alvo atletas durante o March Madness, revelando que as jogadoras de basquete feminino foram submetidas a aproximadamente três vezes mais mensagens de assédio em comparação com seus colegas masculinos. Um atleta anônimo relatou ter recebido mais de 1.400 mensagens de assédio em um período de duas semanas, destacando a realidade angustiante que muitos enfrentam.
A NCAA enfatizou as sérias implicações de tal abuso online, afirmando: “Os riscos e os desafios de saúde mental associados a ser uma vítima de abuso ou ameaças online são reais, impactando significativamente atletas, treinadores, autoridades e suas famílias em níveis pessoais e profissionais, afetando, em última análise, seu bem-estar e desempenho.”
O estudo também observou que o assédio conectado a apostas esportivas foi observado em todos os campeonatos incluídos na pesquisa. Além disso, o abuso racial representou aproximadamente 10% das mensagens direcionadas, sendo os torneios de basquete masculino e feminino da NCAA especialmente repletos desse tipo de conteúdo. A análise revelou que torcedores tóxicos recorreram a insultos racistas, comparando jogadores a animais e rotulando-os com termos pejorativos.
As jogadoras de basquete feminino, junto com equipes e autoridades, enfrentaram um tratamento egregio, com o relatório enfatizando a significativa presença de conteúdo “dogwhistle” durante os campeonatos femininos em relação ao racismo.
Utilizando a Threat Matrix do Signify Group, a NCAA monitorou meticulosamente as contas de 3.164 atletas universitários, 489 treinadores, 197 árbitros, 165 equipes e 12 canais oficiais da NCAA. Essa abordagem ajudou a categorizar mensagens consideradas abusivas, utilizando 16 classificações para melhor entender a natureza das ameaças online.
A violência emergiu como um fator preocupante, representando 6% do conteúdo abusivo verificado identificado. O futebol universitário no nível FBS, o torneio de basquete masculino e o vôlei enfrentaram uma prevalência alarmante de mensagens violentas e ameaçadoras. Outras formas de hostilidade foram direcionadas a questões como homofobia e transfobia, doping, uso de esteroides e árbitros.
O relatório da NCAA destacou que o assédio é prevalente em todos os esportes, com algumas instâncias de vôlei e ginástica gerando volumes mais elevados de mensagens preocupantes em comparação com eventos de destaque como o March Madness ou o College Football Playoff.
Ressaltando a importância das descobertas, o presidente da NCAA, Charlie Baker, comentou sobre a necessidade urgente de enfrentar esses desafios.
“Esforçaremos todas as opções para reduzir o assédio e o veneno que os atletas universitários enfrentam com muita frequência hoje”, declarou. Mesmo quando atletas afirmam não serem afetados, a NCAA enfatizou que não se deve fazer suposições sobre seu bem-estar, urging a necessidade de apoio contínuo e medidas de proteção.
Fonte: https://www.footboom1.com/br/news/basketball/1917568-ncaa-s-pilot-study-unveils-alarming-social-media-harassment-trends-in-sports