O ato de torcer para um clube de futebol é um ato de resistência para uma parcela da sociedade. No Brasil, cantos, agressões e mortes motivadas exclusivamente pela LGBTQfobia não são uma novidade. Ter um time do coração e frequentar um estádio de futebol por vezes pode ser perigoso para pessoas da comunidade LGBTQ+.
O Coletivo de Torcidas Canarinho LGBTQ+ trouxe no anuário publicado em 2023, uma atualização sobre a atuação das torcidas e movimentos LGBTQ+ existentes no Brasil.
Foram catalogadas 21 torcidas LGBTQ+ de clubes no futebol brasileiro. Os torcedores se organizam e torcem para os seguintes times: ABC, América-MG, Athletico, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Flamengo, Palmeiras, Paysandu, Remo, Santa Cruz, Santos, São Paulo, Sport, Vasco da Gama, Vila Nova e Vitória. Apenas a equipe do Palmeiras teve duas torcidas LGBTQ+ catalogadas.
Dentre as 21 torcidas apuradas pelo anuário, apenas quatro vão ao estádio de maneira organizada – Palmeiras Livre (Palmeiras), LGBTricolor (Bahia), Sport Recife LGBTQ (Sport) e Coral Pride (Santa Cruz), o que escancara a falta de segurança sentida pelos torcedores.
São poucas as torcidas que têm um diálogo aberto com os seus clubes do coração também, apenas seis movimentos conversam com suas respectivas instituições. No entanto, quando o assunto é diálogo com outras torcidas do clube, o número aumenta para 13, o que pode apontar para um futuro mais seguro para esses torcedores.
O medo e ameaças sofridas por pessoas da comunidade LGBTQ+ faz com que algumas torcidas que compõe o Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ não divulguem seus contatos e nem o nome do(a) fundador(a) de forma pública, o que dificulta uma articulação presencial nos estádios, resumindo as ações e iniciativas à internet.
Fonte: https://tntsports.com.br/futebolbrasileiro/Torcidas-LGBTQ-no-futebol-brasileiro-um-ato-de-resistencia-20240628-0007.html