Ontem a noite ficou marcada por uma final de campeonato antecipada. Palmeiras e Botafogo, que disputam ponto a ponto a liderança do Campeonato Brasileiro de 2024, se enfrentaram ontem no Allianz Parque.
O Botafogo venceu o time palestrino em sua casa pelo placar de 3×0, e abriu 3 pontos de vantagem na briga pelo título.
O jogo ficou marcado por uma leve polêmica, onde Marcos Rocha leva a mão ao rosto de Igor Jesus, em um movimento de reflexo, e é expulso. Após essa expulsão, o Botafogo aproveitou a vantagem de um homem a mais, e venceu seu rival na briga pelo título.
Após a derrota do Palmeiras em casa, um torcedor palestrino utilizou a rede social “X” para fazer uma postagem de cunho homofóbico, atacando diretamente a torcida Palmeiras Livre, torcida/coletivo LGBTQ+ do Palmeiras.
Na postagem, o torcedor compara duas imagens, uma da torcida do Palmeiras brigando e outra da torcida Palmeiras Livre no estádio.
Na legenda ele diz: “Torcida do Palmeiras em 2014 / Torcida do Palmeiras em 2024
Os motivos do Allianz ser um teatro são óbvios e todos sabem…basta querer acreditar.”
Outros comentários homofóbica surgiram na postagem.
A torcida Palmeiras Livre usou suas redes sociais hoje para repudiar esse ato com uma nota oficial.
“TIME PERDE, LGBTI+fobia ATACA
Em dia de jogo frustrante, a conta sobra para os setores oprimidos. A Palmeiras Livre, por ser um coletivo LGBTI, antirracista, contra o machismo e que defende ambientes de futebol inclusivos, foi atacada após o jogo do dia 26.11/2024.
Segundo a postagem, o time estaria perdendo por conta da atual torcida (expondo uma foto nossa) versus uma cena de violência no estádio (que representaria a torcida em 2014).
A verdade é que ao longo da história, nós, oprimidos, somos sempre culpabilizados por crises sociais, de saúde, migratórias e diversas outras. Imigrantes roubam empregos, gays trazem “doenças”, mulheres abandonam casas para trabalhar.
Nesse caso, o “torcedor” em questão quer justificar uma suposta apatia da torcida culpando a nossa presença. Na verdade, muitas pessoas LGBTI+s nem sequer estão nos estádios, pelos altos preços de ingresso e a elitização do futebol. Isso não importa para esse sujeito, o que importar é nos colocar como alvo.
Repudiamos ataques como esse, que expressam uma visão de futebol LGBTI+fóbica, machista, misógina e violenta como um ideal a ser perseguido e exaltado.
Como já foi denunciado anteriormente, em dias de jogos de futebol, a violência doméstica aumenta, principalmente se o time perder. Estamos vendo o mesmo com a violência LGBTI+fóbica. Isso demonstra o quanto o ambiente tóxico, machista e intolerante está infelizmente presente em parte dos torcedores.
Contra essa visão, reafirmamos que o futebol pode sim ser um ambiente de esporte, lazer, divertimento, inclusão e convivência. É esse futebol que lutamos todos os dias para construir.
A visão machista e homofóbica que proibiu mulheres de praticarem esse esporte por 40 anos, precisa ser duramente combatida e rechaçada. O futebol é sim pra todes.
Amamos o futebol e seguiremos nas ruas, nos estádios e nas redes com nossas bandeiras e nossa forma de torcer por um esporte livre de preconceitos.”
Texto: Tainá Sena/Canarinhos