Em um sábado repleto de expectativa, a Ligue 1 encerrou sua 34ª e última rodada da temporada, transmitindo uma mensagem contundente que ecoou pelos estádios: a homofobia não tem espaço no futebol. As equipes se uniram, vestindo com orgulho camisas com patches coloridos em tons do arco-íris, firmando seu apoio à comunidade LGBTQ+. No entanto, em uma reviravolta já conhecida, alguns jogadores não são a favor da demonstração de apoio a comunidade.

Entre os dissidentes estava o atacante do Nantes, Afa Mohamed, que optou novamente por não participar do evento contra a homofobia. Nemanja Matic, do Lyon, e Ahmed Hassan, do Le Havre, também estavam no centro das atenções por terem coberto a bandeira arco-íris em seus uniformes. Para piorar a situação, o jogador do RC Lens, Jonathan Gradit, causou polêmica com comentários homofóbicos próximos aos vestiários.
Philippe Diallo, o sempre contundente presidente da Federação Francesa de Futebol (FFF), não poupou críticas ao abordar esses episódios em um programa esportivo. Com convicção firme, ele condenou as atitudes desses atletas, ressaltando a necessidade urgente de união na luta contra a discriminação.
“Acredito que eles estão equivocados”, declarou Diallo, com palavras que carregavam a urgência da causa. “O futebol deve ser um jogo onde todos se sintam bem-vindos. Os jogadores que se recusaram a participar ou esconderam o símbolo estão errados. Essa batalha contra a homofobia é fundamental. Homofobia é um crime, assim como o racismo. Não se pode alegar que é apenas uma opinião. Temos que combatê-la. O que me entristece é que 99% dos jogadores cumpriram, mas apenas alguns estragam a mensagem e mancham a imagem do esporte. Precisamos ser claros e inflexíveis. O futebol é um lar para todos. Devemos educar, formar, acolher e manter uma postura firme.”
Diallo não se limitou a isso. Ele falou sobre planos para reforçar os protocolos anti-discriminação, afirmando: “Em julho, vou me reunir com os árbitros antes da nova temporada para relembrá-los dos protocolos existentes. Assisto partidas desde os seis anos de idade, mas a sociedade evoluiu. Cânticos de ódio assim são ultrapassados. Os jogos podem ser paralisados se for necessário. Precisamos estar atentos. Não há motivo para que estádios na Inglaterra ou na Alemanha recebam 40 mil torcedores sem incidentes, enquanto na França isso não acontece. Temos que adotar a mesma postura de tolerância zero.”
Essa posição firme do presidente da FFF lança luz sobre os desafios contínuos que o futebol enfrenta para promover inclusão e respeito, reafirmando o compromisso inabalável do esporte em ser um espaço acolhedor para atletas e torcedores de todas as origens.