O Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ vem, por meio desta nota, manifestar seu veemente repúdio à atitude recente da senhora Leila Pereira, presidenta do Palmeiras, que demonstra clara intolerância, desrespeito e falta de abertura ao diálogo com a comunidade LGBTQ+ e às torcidas que lutam pela diversidade e inclusão no futebol.

Embora nunca tenha realizado amplas ações concretas para combater as diversas formas de discriminação no futebol, Leila Pereira tem se mostrado sensível e atuante em pautas importantes, como a luta das mulheres e o combate ao racismo no futebol, haja visto seu protagonismo no enfrentamento aos episódios recentes com a Conmebol, primeiro nos atos racistas que o jovem Luighi foi alvo, depois na fala absurda e abjeta do presidente Alejandro Dominguez.
No entanto, quando se trata da pauta LGBTQ+, nem mesmo essa sensibilidade foi demonstrada, evidenciando uma grave omissão e descaso com a comunidade que atualmente luta de forma responsável para estar presente no futebol.
A falta de ações concretas do clube para combater a LGBTQfobia e a postura adotada pela presidenta em sua rede social evidenciam uma grave omissão e, pior, uma prática de intolerância institucional.
No dia 24 de fevereiro do presente ano a rede oficial de Leila Pereira bloqueou a torcida Porcoíris, na rede social X, antigo twitter. A torcida é conhecida por sua luta pela diversidade e inclusão, tal ação por parte da presidenta ou de sua equipe é emblemático dessa postura excludente. A torcida apenas exercia seu direito de crítica e cobrança após um post considerado deboche que foi feito pela presidenta “Estão mais calmos?”, no entanto foi silenciada sem qualquer abertura ao diálogo.
Tal atitude não apenas desrespeita a liberdade de expressão, mas também reforça um ambiente hostil para torcedores e torcedoras LGBTQ+, que já enfrentam inúmeras barreiras para se sentirem acolhidos no futebol.
Questionamos: a senhora Leila Pereira bloqueou todas as pessoas que a criticaram ou discordaram de suas ações e falas enquanto figura pública e presidenta de clube de futebol? Ou o bloqueio foi direcionado especificamente a uma torcida que, longe de representar qualquer ameaça aos interesses de uma figura bastante empoderada, busca apenas visibilizar a luta por respeito, igualdade e inclusão?
A postura adotada pela presidenta do Palmeiras não condiz com os valores de um clube que se orgulha de ser um dos maiores do Brasil. O futebol é um espaço de paixão, diversidade e união, e não pode ser palco de práticas excludentes e discriminatórias.
Repudiamos veementemente a LGBTQfobia institucional e a intolerância demonstrada pela senhora Leila Pereira ou por sua equipe em seu gesto. Exigimos respeito, diálogo e ações concretas para combater a discriminação e promover a inclusão da comunidade LGBTQ+ no futebol .
O Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ seguirá firme em sua luta por um esporte mais justo, diverso e acolhedor para todos, todas e todes.