No Brasil, historicamente, o número é associado de maneira preconceituosa a pessoas LGBTQ+, por ele representar o animal veado no jogo do bicho.
De acordo com dados do coletivo, apenas 34 dos 128 times que disputaram a Copinha em 2023 tiveram um jogador em campo com o número 24 nas costas. Isso equivale a pouco mais de um quarto das equipes, 27% do total, percentual inferior ao registrado em 2022, quando 34%, ou 43 times, utilizaram a numeração.
A situação no campeonato é um reflexo do que ocorre em competições profissionais. Levantamento feito pela Folha na temporada de 2020, por exemplo, mostra que o número 24 é encontrado quatro vezes mais em ligas estrangeiras do que no futebol brasileiro.
Durante muito tempo, os jogadores titulares entravam em campo vestidos com camisas que variavam apenas de 1 a 11, de acordo com suas posições em campo. Atualmente, clubes e torneios do país adotam camisas fixas para cada atleta, o que fez a variação numérica aumentar. Ainda assim, o 24 é praticamente renegado.
O anuário do Coletivo de Torcidas Canarinhos LGBTQ+ também analisou os casos de homofobia ocorridos no país que sediou o último Mundial durante a competição. De acordo com o relatório, houve 35 casos de LGBTfobia.
Em maio deste ano, uma prévia do anuário do coletivo que luta pelos direitos da comunidade LGBTQ+ no futebol também apontava um aumento de 76% nos casos de LGBTfobia no futebol brasileiro em 2022. Foram 74 episódios registrados no ano passado, dentro ou fora de campo, mas ligados a jogos disputados no país. Em 2021, haviam sido 42. O estudo foi elaborado com apoio da CBF.