Durante a edição de 2025 do Mundial de Clubes da FIFA, realizada nos Estados Unidos, as campanhas visuais e mensagens institucionais contra o racismo simplesmente desapareceram – um silêncio que gerou forte desaprovação de entidades do esporte e ativistas.

Alterações ao Código Disciplinar da FIFA, aprovadas em maio, endureceram as penalidades por comportamentos racistas, com multas que podem atingir CHF 5 milhões (aproximadamente R$ 34 milhões), suspensão de público e até exclusão de clubes reincidentes. A instituição também adotou protocolos antidiscriminação, incentivando jogadores e árbitros a interromperem partidas diante de ofensas.
Mesmo assim, as telas dos estádios e os vídeos institucionais foram esvaziados das tradicionais mensagens de “No Racism” e “No Discrimination”, que eram parte da abertura de outras competições da entidade. Piara Powar, diretor da organização antidiscriminatória Fare, critica: “Promoções da campanha foram preparadas, mas não usadas… sem explicações. Sabem o que enfrentam com Trump, mas decepciona que tudo tenha sido simplesmente suspenso”.
A suspeita de contaminação política sobre a ausência das mensagens surge em um cenário no qual o governo dos EUA, sob Donald Trump, tem enfraquecido políticas de inclusão e diversidade – algo apontado como motivação para a Fifa silenciar sobre o tema durante o torneio. Em contrapartida, a Fifa reafirmou sua política de “tolerância zero” e lembrou que o novo Código Disciplinar intensifica as punições para ocorrência de racismo.
No entanto, até o momento não há esclarecimento sobre por que o tema foi retirado de ênfase no principal torneio de clubes do ano — tampouco projeções sobre se ou como o assunto aparecerá na Copa-2026 nos EUA, México e Canadá.
Texto: Ninja Esporte Clube