Ontem (10/03) aconteceu mais uma semifinal do Campeonato Paulista. Dessa vez o clássico entre Palmeiras e São Paulo marcou o final de semana para os paulistas.
O ex-presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, fez uma postagem extremamente homofóbica em sua rede social para comemorar a vitória do Palmeiras no clássico.
Na postagem, ele ainda utiliza da linguagem neutra para tentar “ofender” a torcida adversária.

Os coletivos Palmeiras Livre e Porcoiris se manifestam em suas redes sociais após a postagem do ex-presidente.
“Infelizmente, jogos contra o SPFC ainda são permeados de homofobia por parte da nossa torcida.
Como um coletivo que defende os direitos de palmeirenses LGBTQIAt, isso nos revolta e entristece, principalmente quando vem de um ex-mandatário admirado por muita gente. Ainda mais em uma semana onde o Palmeiras lutou com unhas e dentes contra o preconceito, mostrando que sim, de fato somos Sociedade.
É lamentável que em pleno 2025 um ex-presidente do clube precise usar imagens LGBTfóbicas para comemorar uma classificação.
O Palmeiras nasceu das diferenças e por elas vai continuar existindo.”
Disse o Porcoiris em postagem.
“A pergunta foi (muito bem) feita por nosso Luighi, vítima de um crime pernicioso de racismo na semana passada. Cansado de notas de repúdio sem fim, de promessas vazias e pedidos de desculpas atrasados e sem vontade, Luighi foi gigante ao denunciar e cobrar mudanças.
O ato organizado pela torcida ontem no início do jogo, em silêncio e com os punhos cerrados ao ar, foi lindo. Um marco da luta anti-racista e um avanço coletivo por um futebol mais inclusivo e justo. O mesmo não se vê quando o assunto é HOMOFOBIA.
Até quando? Como se já não fossem absurdos e criminosos os gritos homofóbicos em estádios Brasil afora, ontem tivemos a decepção de ver uma postagem do ex-presidente Paulo Nobre fazendo chacota homofóbica após o triunfo sobre nosso rival.
Paulo Nobre, querido e lembrado com respeito por sua administração e compromisso com um Palmeiras mais forte. Paulo Nobre, que se tornou um símbolo de palmeirense apaixonado e que, por ser quem é, influencia uma multidão de outros palmeirenses apaixonados. Quantos desses agora se sentirão mais livres pra fazer suas piadas homofóbicas? Quantos irão passar pano, dizendo que, veja bem, não é pra tanto?
Mas, pior que isso, quantas pessoas terão que chorar após serem vítimas de um preconceito cruel e, muitas vezes, violento, simplesmente por amarem diferente da maioria? Alguns dirão que foi só uma piada, uma “brincadeirinha saudável” entre rivais. Com certeza, muitos dos racistas que imitam macacos para nossos jogadores também pensam que estão apenas reproduzindo uma brincadeira. Não se dão conta que, além de seu próprio crime, normalizam uma atitude que será reproduzida por outros, num efeito dominó que MATA.
Não temos ao nosso dispor os microfones, as câmeras e o alcance que nosso Luighi tem. Sequer temos o apoio institucional – infelizmente nossa presidenta nunca comprou nossa briga. Só temos as mesmas lágrimas e o mesmo pedido: RESPEITO e CONSCIENTIZAÇÃO.”
Disse o Palmeiras Livre em sua rede social.
Todo tipo de preconceito e discriminação devem ser combatidos no futebol. Combater a homofobia com o mesmo fervor que combatemos outras situações no futebol é essencial para promover um ambiente inclusivo e respeitoso, onde todos possam se expressar livremente.
Texto: Tainá Sena/Canarinhos