Sam Morsy foi o único jogador da última rodada da Premier League que se recusou a usar a braçadeira do arco-íris.
No último final de semana, a Premier League deu início à campanha Rainbow Laces, uma iniciativa em parceria com a instituição de caridade LGBTQIA+ Stonewall para promover a igualdade, a diversidade e a aceitação.
Como parte da campanha, os capitães dos 20 times utilizam a braçadeira com as cores do arco-íris, que são um símbolo da comunidade LGBTQIA+. Entretanto, Sam Morsy, do Ipswich Town, foi o único jogador que se recusou a participar da iniciativa por motivos religiosos. Durante a derrota por 1 a 0 para o Nottingham Forest no último sábado (30), fora de casa, pela 13ª rodada da Premier League, o meio-campista não utilizou a braçadeira de capitão com as cores do arco-íris por ser muçulmano praticante.
Após a repercussão negativa, um porta-voz do Ipswich expressou a importância da Rainbow Laces e garantiu o apoio à comunidade LGBTQIA+. Ao mesmo tempo, a equipe quis respeitar a escolha do jogador egípcio em não utilizar a braçadeira temática:
“O Ipswich Town Football Club está empenhado em ser um clube totalmente inclusivo que acolhe a todos. Apoiamos orgulhosamente a campanha Rainbow Laces da Premier League e apoiamos a comunidade LGBTQ+ na promoção da igualdade e aceitação.”
Capitão do Ipswich Town revela importância de sua fé
Antes da recusa à participação da campanha Rainbow Laces na Premier League, o capitão do Ipswich Town expressou como sua fé é importante em entrevista à Professional Footballers’ Association (PFA), em maio de 2023.
À época, Sam Morsy explicou como os nutricionistas o auxiliam na administração do jejum quando o Ramadã cai no meio da temporada do futebol. Vale lembrar que o período é sagrado para os muçulmanos, que praticam o jejum do nascer ao pôr do sol:
“Minha fé me dá equilíbrio. Vejo muitas vezes, especialmente com jogadores jovens, em que você acaba se consumindo demais e o medo surge. A fé lhe dá uma saída para isso em termos de ver o quadro geral” — afirmou o jogador.
Em países islâmicos, a repressão contra a comunidade LGBTQIA+ é um assunto recorrente. Líderes espirituais consideram a homossexualidade um crime que contraria as normas do Islã e deve ser severamente punido.