Após gesto ser realizado, arbitragem tem que dar início a um processo de três etapas, e partida pode ser encerrada.
O duelo entre Brasil e Uruguai, em Salvador, pelas Eliminatórias da Copa 2026 teve a estreia do protocolo antirracista no futebol brasileiro. Aprovado no Congresso da Fifa de maio, na Tailândia, ele prevê um gesto para que os jogadores possam sinalizar terem sofrido um ataque e três etapas a serem adotadas pela arbitragem. A partir deste jogo pelas Eliminatórias, todas as partidas em solo nacional estarão sujeitas a este procedimento.
– A partida da Seleção na Bahia, a cidade mais negra fora da África, marcou o lançamento oficial do protocolo contra atos racistas no futebol brasileiro – afirmou o presidente da CBF Ednaldo Rodrigues. – Esta é uma demonstração pública da FIFA, da CBF e das outras federações nacionais de que não há mais espaço para racistas no futebol.
O gesto pode ser usado por qualquer jogador caso queira denunciar um ato racista consiste em cruzar os braços na frente do peito. Assim, o árbitro entenderá que eles sofreram ou estão sofrendo algum tipo de abuso e terão que dar início ao protocolo.
Na primeira etapa, a partida será interrompida. Se o abuso continuar, o jogo será suspenso, com jogadores e dirigentes saindo do campo de jogo. Caso o incidente não cesse, a partida será abandonada. Há a possibilidade de punião ao time responsável pelo racismo (seja ele praticado por algum de seus membros ou por sua torcida).
– Eu sempre acho que qualquer ajuda é muito bem-vinda. As pessoas pretas sofrem há muito tempo, e tem que chegar o momento em que tudo isso tem que acabar. Então a FIFA, que é um nome muito forte junto com a CBF, junto com todos os jogadores, temos essa força para combater. Então, vamos seguir juntos e firmes e fortes para aqui e no futuro bem próximo, as crianças que estão vindo para o nosso futuro tenham uma vida melhor – comentou Vini Jr, uma das principais vozes na luta contra o racismo dentro do futebol.
O gesto dos braços cruzados foi implementado pela primeira vez na Copa do Mundo Feminina Sub-20 da FIFA Colômbia, entre agosto e setembro. As federações nacionais se comprometeram a adotá-lo.