A história da Coligay, primeira torcida organizada LGBTQIA+ do Brasil, volta ao centro do debate com a série “Coligay – a Torcida Impossível”, gravada em Porto Alegre e inspirada no livro “Coligay – Tricolor e de Todas as Cores”. Criada em 1977 por Volmar Santos, dono da boate Coliseu, a torcida do Grêmio surgiu como resposta a uma arquibancada desanimada em plena ditadura militar.

A Coligay durou cerca de seis anos e testemunhou uma das fases mais vitoriosas do clube, do título gaúcho de 1977 à conquista da Libertadores e do Mundial em 1983. Mesmo assim, sua trajetória foi tratada por muito tempo como lenda ou alvo de deboche.
O resgate da Coligay ocorre num cenário em que casos de homofobia seguem frequentes nos estádios. O STJD contabiliza 34 julgamentos por discriminação desde 2022, enquanto o Observatório da Discriminação Racial no Futebol registrou 39 casos no auge de 2022 e 24 no ano passado. Além de cânticos e xingamentos, os episódios envolvem atletas e técnicos, como Vitor Roque e Abel Braga.
A série, prevista para 2026, se apoia na importância simbólica do grupo. Volmar, hoje com 77 anos, afirma que há quem deseje uma nova Coligay. Em visita ao antigo Estádio Olímpico, Irandhir Santos encontrou nas arquibancadas a pichação “Coligay vive”, e resumiu o sentido do projeto: “Quando essa história for vista, o que ela poderá trazer de discussão é quanto a gente regrediu ou avançou”.
Fonte: https://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/a-origem-da-primeira-torcida-lgbt-do-futebol-brasileiro/








