Mais um clássico Ba-Vi aconteceu e, infelizmente, mais uma vez a festa da torcida rubro-negra fica marcada por um comportamento inaceitável: a homofobia praticada por parte da torcida. O confronto desta quinta (16), escancarou a persistência de um repertório de provocações que se apoia no preconceito, especialmente contra o time do Bahia, que é seu rival direto no estado.
Existem relatos e imagens que estão circulando nas redes sociais uma série de manifestações homofóbicas na arquibancada do Barradão. Cânticos homofóbicos, direcionados explicitamente a Rogério Ceni e à equipe do Bahia, foram entoados por diversos setores. O ápice da noite foi a distribuição de balões com mensagens homofóbicas, evidenciando uma ação coordenada e deliberada para propagar o discurso de ódio.

Além disso, a provocação preconceituosa migrou do estádio para as plataformas digitais. Uma página de destaque nas redes sociais, ligada ao clube rubro-negro, também utilizou a temática homofóbica em um vídeo de provocação, reforçando a normalização desse tipo de injúria.
O mais preocupante é que este não é um caso isolado. A homofobia parece ter se consolidado como um “artifício” rotineiro de provocação por parte de setores da torcida do Vitória sempre que o adversário é o Bahia. A repetição desses atos a cada clássico sugere uma omissão ou ineficácia nas medidas de coibição, tanto por parte do clube quanto das entidades esportivas.
Em 2024, inclusive, o próprio Vitória teve uma multa mantida pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) por cânticos homofóbicos em uma partida da Série A, conforme noticiado pelo próprio STJD, o que demonstra que a prática não é novidade e já foi objeto de punição formal, ainda que branda.
Texto: Tainá Sena/Canarinhos